É comum quando os meus pacientes vão ter comigo ao consultório na primeira consulta, perguntarem-me se não lhe prescrevo suplementos alimentares. Principalmente quando o objectivo é o emagrecimento rápido.
A minha resposta mais comum, é um NÃO, algo redondo!
Pela minha forma de trabalhar e pela minha filosofia de vida, penso que o importante é ensinar a comer, seja em que caso for, para atingir o peso desejado, para melhorar determinados parâmetros das análises ou para que quem me procure se sinta apenas com mais energia, mais saudável.
Assim, costumo fazer várias consultas, de forma a que as pessoas se vão habituando a novos estilos de vida e não a uma dieta que rapidamente termina e que deixa de ter efeito passados uns meses.
Atenção ao que parece barato e sai caro e principalmente à falta de controlo pelas autoridades competentes!
Suplementos sem controlo sanitário e provas de eficácia
por Lusa26 Julho 2010
Os suplementos alimentares não são controlados pelas entidades da Saúde e vários estudos alertam para a falta de dados que comprovem a sua segurança e eficácia na perda de peso, principal motivo que leva à procura crescente destes produtos. Portugal tem 54% de pessoas obesas e é um dos países com mais obesidade infantil.
O número de pessoas obesas ou com excesso de peso tem vindo a aumentar: são já metade dos portugueses. E são cada vez mais aqueles que tentam emagrecer através da ingestão de suplementos alimentares, na maior parte das vezes sem terem conhecimentos acerca do produto ou dos seus efeitos, e sem acompanhamento médico.
Segundo a IMS Health, as vendas de suplementos alimentares em farmácias em parafarmácias aumentaram 1,8% em número de embalagens e 16,7% em valor, na comparação do período entre Julho de 2009 e Junho deste ano com os 12 meses anteriores. De Julho de 2009 até Junho de 2010, foram vendidas 1 224 709 embalagens contra 1 202 742 no período anterior, o que corresponde a 28,831 milhões de euros contra 24,584 milhões.
Estudos realizados na Alemanha e no Reino Unido, recentemente divulgados no Congresso Internacional de Obesidade, na Suécia, não encontraram relação entre os suplementos alimentares e a perda de peso.
No trabalho coordenado por Thomas Ellrot, do Instituto para a Nutrição e Psicologia da Universidade de Gottingen Medical School, "não foi verificada uma diferença estatisticamente significativa na perda de peso comparando suplementos alimentares para perda de peso e placebo" (comprimidos sem efeito).
Também a investigação da Península Medical School da Universidade de Exeter e Plymouth não encontrou "qualquer evidência" de que os suplementos analisados sejam "adequados para a perda de peso".
Em declarações à agência Lusa, o director do Serviço de Endocrinologia do Hospital Militar Principal, João Jácome de Castro, defendeu que "não se pode extrapolar destes estudos para tudo". Há vários tipos de suplementos e alguns podem ser úteis se aconselhados por médicos.
No entanto, "se me perguntar enquanto endócrinologista (...) se me sinto confortável a dar esses suplementos [aos doentes, a resposta é] não", admitiu.
Para as pessoas que querem perder peso, "o essencial é um plano estruturado de alteração de estilo de vida com regras alimentares", o que "tem de ser consubstanciado por uma consulta credível, por um acompanhamento regular", aconselhou o médico endócrinologista, apontando que, "em casos pontuais, alguns daqueles produtos podem ser úteis".
Sem controlo do Ministério da Saúde e do Infarmed
Em Portugal, os suplementos alimentares não passam o crivo do Ministério da Saúde ou do Infarmed: são avaliados pelo Ministério da Agricultura, "de acordo com critérios diferentes", ou seja, o seu impacto na saúde de quem os consome, alerta um especialista.
Assim, é difícil "medir" a eficácia destes produtos na perda de peso e os efeitos que podem ter na saúde, disse o director do Serviço de Endocrinologia do Hospital Militar Principal, João Jácome de Castro.
"Temos de ter uma preocupação de eficácia quando usamos um remédio ou um produto para ajudar a saúde de alguém. Temos de usar um produto que seja eficaz, que vá contribuir para melhorar aquela situação e, tanto quanto isso, que não a vá prejudicar", salientou o especialista, acrescentado que "não passar por aqueles crivos torna mais fácil que estas coisas não aconteçam".
Por outro lado, "temos produtos que podem ser anunciados de quase qualquer forma e cujo valor científico e a segurança são menos rigorosos", alertou João Jácome de Castro.
João Jácome de Castro recordou que, no mercado nacional, "há um único remédio" para perder peso, que "passa pelo crivo do Infarmed" (a Autoridade Nacional do Medicamento), mas deve sempre ser integrado num plano estruturado de acompanhamento médico.
Portugal tem 54% de pessoas obesas e é um dos países com mais obesidade infantil, disse o especialista.
"Há cada vez mais obesidade e mais excesso de peso. A obesidade cada vez mais condiciona complicações de saúde, hipertensão, diabetes, colesterol, risco de doença cardíaca, risco de cancro", alertou.
Segundo a IMS Health, as vendas de suplementos alimentares em farmácias em parafarmácias aumentaram 1,8% em número de embalagens e 16,7% em valor, na comparação do período entre Julho de 2009 e Junho deste ano com os 12 meses anteriores. De Julho de 2009 até Junho de 2010, foram vendidas 1 224 709 embalagens contra 1 202 742 no período anterior, o que corresponde a 28,831 milhões de euros contra 24,584 milhões.
Estudos realizados na Alemanha e no Reino Unido, recentemente divulgados no Congresso Internacional de Obesidade, na Suécia, não encontraram relação entre os suplementos alimentares e a perda de peso.
No trabalho coordenado por Thomas Ellrot, do Instituto para a Nutrição e Psicologia da Universidade de Gottingen Medical School, "não foi verificada uma diferença estatisticamente significativa na perda de peso comparando suplementos alimentares para perda de peso e placebo" (comprimidos sem efeito).
Também a investigação da Península Medical School da Universidade de Exeter e Plymouth não encontrou "qualquer evidência" de que os suplementos analisados sejam "adequados para a perda de peso".
Em declarações à agência Lusa, o director do Serviço de Endocrinologia do Hospital Militar Principal, João Jácome de Castro, defendeu que "não se pode extrapolar destes estudos para tudo". Há vários tipos de suplementos e alguns podem ser úteis se aconselhados por médicos.
No entanto, "se me perguntar enquanto endócrinologista (...) se me sinto confortável a dar esses suplementos [aos doentes, a resposta é] não", admitiu.
Para as pessoas que querem perder peso, "o essencial é um plano estruturado de alteração de estilo de vida com regras alimentares", o que "tem de ser consubstanciado por uma consulta credível, por um acompanhamento regular", aconselhou o médico endócrinologista, apontando que, "em casos pontuais, alguns daqueles produtos podem ser úteis".
Sem controlo do Ministério da Saúde e do Infarmed
Em Portugal, os suplementos alimentares não passam o crivo do Ministério da Saúde ou do Infarmed: são avaliados pelo Ministério da Agricultura, "de acordo com critérios diferentes", ou seja, o seu impacto na saúde de quem os consome, alerta um especialista.
Assim, é difícil "medir" a eficácia destes produtos na perda de peso e os efeitos que podem ter na saúde, disse o director do Serviço de Endocrinologia do Hospital Militar Principal, João Jácome de Castro.
"Temos de ter uma preocupação de eficácia quando usamos um remédio ou um produto para ajudar a saúde de alguém. Temos de usar um produto que seja eficaz, que vá contribuir para melhorar aquela situação e, tanto quanto isso, que não a vá prejudicar", salientou o especialista, acrescentado que "não passar por aqueles crivos torna mais fácil que estas coisas não aconteçam".
Por outro lado, "temos produtos que podem ser anunciados de quase qualquer forma e cujo valor científico e a segurança são menos rigorosos", alertou João Jácome de Castro.
João Jácome de Castro recordou que, no mercado nacional, "há um único remédio" para perder peso, que "passa pelo crivo do Infarmed" (a Autoridade Nacional do Medicamento), mas deve sempre ser integrado num plano estruturado de acompanhamento médico.
Portugal tem 54% de pessoas obesas e é um dos países com mais obesidade infantil, disse o especialista.
"Há cada vez mais obesidade e mais excesso de peso. A obesidade cada vez mais condiciona complicações de saúde, hipertensão, diabetes, colesterol, risco de doença cardíaca, risco de cancro", alertou.
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